O ARTESQUERDA entrevista, no local do conflito, Fazenda Cedro, o Coordenador Estadual do MST Pará, Eldenilson Monteiro, o Pipoca.

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Artesquerda- O que o MST espera com a ação de hoje na fazenda (Cedro, a 50 km de Marabá) do banqueiro Daniel Dantas?
Pipoca- Antes de mais nada é bom esclarecer que a manifestação foi pacífica de nossa parte, afinal, estamos cobrando o cumprimento do acordo judicial de 2010, intermediado pela Vara Agrária com apoio do Incra. Nós cumprimos a nossa parte, é bom que se diga. Eles (o Grupo Santa Bárbara, representante de Dantas) reiteradamente descumprem o mesmo e, como se não bastasse, agora, covardemente, mandam seus jagunços atirarem pra matar nossos companheiros e companheiras, desarmados, numa clara declaração do espírito que move o latifúndio e o agronegócio neste país.

Artesquerda- Você considera que a ação cumpriu seu objetivo?
Pipoca- Até agora sim, apesar da violência e das pessoas feridas, inclusive, uma criança de 3 anos imaginem só vocês. Ainda assim, chamamos atenção e desenterramos essa importante demanda, afinal, as mais de 300 famílias ora acampadas necessitam de uma solução, elas precisam da terra, do investimento, assistência técnica para produzirem os alimentos que vão para na sua mesa, na minha e dos trabalhadores e trabalhadoras deste país a fora. Agora, isso, só será possível se houver a desapropriação, pois é ela que permite o trabalho, a renda, a produção e uma vida digna ao nosso povo.


O que ocorrerá agora?
Pipoca- A idéia é permanecermos no local (fazenda Cedro) até que se cumpra o acordo ou se negocie uma saída para essa situação insustentável. Temos a informação, inclusive, que o Ouvidor Agrário Gercino José da Silva Filho, virá amanhã aqui para isso.

Artesquerda- Há perspectiva de novas ocupações ainda este mês?
Pipoca- Devemos continuar nossas mobilizações e luta pela reforma agrária, e aqui na região vamos insistir na construção de um “corredor da reforma agrária”, de Parauapebas à Marabá, que busca uma solução e alternativa sustentável, que respeita o meio ambiente e que seja socialmente justo, ao latifúndio e ao agronegócio. Isto significa uma luta justa e necessária pela soberania alimentar em substituição ao modelo de acumulação capitalista que concentra terra, destrói o meio ambiente e exclui os trabalhadores do campo da terra. Se você pegar os dados recentes verá que as ocupações de terras no Pará aumentou, somente em 2011 foram 39 ocupações (dados da CPT), em sua maioria por posseiros que, portanto, não estão vinculados a nenhum movimento organizado, é a necessidade que faz as pessoas irem à luta, é uma questão de sobrevivência!


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